Justiça suspende contratação de PMs para três escolas estaduais da região
Unidades escolares de Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa
receberiam reforço de policiais militares da reserva; decisão liminar adia
processo seletivo até julgamento no Supremo; medida foi provocada por ação de
parlamentares do PSOL
A Justiça de São Paulo suspendeu o edital da Secretaria
Estadual da Educação que previa a contratação de policiais militares da reserva
para atuar como monitores em escolas estaduais cívico-militares. A decisão
liminar foi proferida pela 2ª Vara da Fazenda Pública da capital, após ação
popular movida por parlamentares do PSOL. Segundo a sentença, o processo viola
normas constitucionais por não prever concurso público e criar novas funções
públicas de forma informal. A decisão trava a contratação para três escolas
estaduais de Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa, que aprovaram o modelo
cívico-militar neste ano.
A suspensão ocorre poucos dias antes do início previsto para
as contratações, marcadas para agosto de 2025, e, de acordo com o Ministério
Público, o modelo apresentado “implica em graves riscos ao erário, à ordem
constitucional e à qualidade da educação pública”. O MP apoiou a medida,
considerando a urgência diante da proximidade do início das atividades.
Na região, a medida afeta diretamente escolas que já haviam
aderido ao programa. Em Sumaré, a Escola Estadual Marinalva Gimenes Colossal da
Cunha, no Parque Jatobá, foi listada como uma das unidades com maior número de
monitores militares do Estado, ao lado de cidades como Guarulhos, Sorocaba e
São Carlos. A escola sumareense receberia três PMs da reserva, atuando por até
40 horas semanais.
Hortolândia e Nova Odessa também estavam entre os municípios
contemplados. A Escola Estadual Yasuo Sasaki, em Hortolândia, e a Professora
Silvania Aparecida Santos, em Nova Odessa, contariam com dois militares cada.
Os contratos seriam temporários e remunerados com diárias de R$ 301,70, podendo
chegar a 10% a mais no caso dos monitores-chefes.
O processo seletivo aberto pela Secretaria da Educação
previa três etapas: análise de títulos, verificação de antecedentes e
entrevista presencial. Os aprovados passariam ainda por uma capacitação de 40
horas com temas voltados à segurança escolar, cultura de paz e psicologia.
Os monitores e monitores-chefes seriam avaliados
semestralmente por diretores, professores e alunos, a fim de acompanhar o
desempenho e a adaptação ao modelo. A permanência no programa dependeria do
resultado dessas avaliações.
Com a suspensão judicial, o cronograma da iniciativa está
indefinidamente adiado. A decisão será mantida até julgamento definitivo do
Supremo Tribunal Federal. Enquanto isso, o governo paulista vai recorrer da
decisão, alegando risco de prejuízo aos alunos da rede estadual.
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