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Levado a júri popular, homem foi culpado por duplo feminicídio e cumprirá pena de 31 anos de prisão

Acusado de matar mulher e filha é condenado a 31 anos de reclusão em Hortolândia

Vítimas tinham 23 anos e 1 ano e 8 meses e foram mortas em dezembro de 2023 dentro de casa, no Jardim Campos Verdes, após serem brutalmente atacadas com faca e navalha; apesar da condenação, Ministério Público irá recorrer da decisão para tentar aumentar pena por considerá-la insuficiente

O Tribunal do Júri condenou um homem a 31 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado, por duplo feminicídio praticado contra sua companheira e filha. A criança tinha apenas 1 ano e 8 meses à época dos fatos. Alice Cristina Dudas Soares tinha 23 anos na época do feminicídio. A menina era Eloá Dudas Soares.

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, os crimes ocorreram na manhã de 13 de dezembro de 2023, na residência da família, localizada no Jardim Campos Verdes. Movido por ciúmes e suspeitas infundadas de traição, o réu atacou brutalmente as vítimas com faca e navalha, desferindo múltiplos golpes em regiões vitais como tórax e pescoço. Nem a mulher, nem a criança tiveram chance de defesa.

O Conselho de Sentença reconheceu todas as qualificadoras apontadas pela Promotoria: motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou as defesas e feminicídio. No caso da menina, também foram identificados os agravantes de menoridade (menor de 14 anos) e a condição de ascendência do autor, o que agravou a pena.

Durante o julgamento, a promotora de Justiça Mariana de Melo Saraiva Marangoni, autora também da denúncia, sustentou a plena imputabilidade do réu. A defesa alegou parcial incapacidade de entendimento por parte do acusado, tese rejeitada pelos jurados.

A sentença considerou ainda os profundos impactos psicológicos causados à mãe da vítima adulta, avó da criança, que não conseguiu prestar depoimento em plenário devido ao abalo emocional. Apesar da condenação, o Ministério Público anunciou que irá recorrer da decisão com o objetivo de aumentar a pena por considerá-la insuficiente diante da gravidade dos crimes. No dia do crime o réu tinha 28 anos e era operador de linha de produção.

Dia do Crime

No dia do crime, policiais militares foram acionados para a residência pelos vizinhos das vítimas e parentes. O réu estava dentro do imóvel, ferido, e na época negou que tenha cometido os assassinatos.

Os militares relataram que localizaram as vítimas caídas na cozinha e que elas morreram na casa. Familiares chegaram a dizer que o acusado estava depressivo e já havia ficado internado por conta do problema de saúde. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do réu.

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