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Três cidades mais populosas da RMC receberão futuro VLT, segundo estudos do governo estadual

Estado prevê edital do VLT regional para 2027 e início da concessão em 2028

Projeto deve ter 44 kms de trilhos e 18 estações, ligando Campinas, Hortolândia e Sumaré, com capacidade de atender 1,6 milhão de passageiros; modal vai gerar cerca de 3 mil empregos durante construção e promete desafogar rodovias

Paulo Medina | Tribuna Liberal

O Governo do Estado de São Paulo informou que o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, que ligará Campinas, Hortolândia e Sumaré, está com cronograma definido. A previsão é de que os estudos de viabilidade e audiência pública sejam concluídos em 2026, com lançamento do edital de concessão em 2027 e início da operação sob concessão em 2028. A informação foi confirmada pela Secretaria de Parcerias em Investimentos ao Tribuna Liberal.

O VLT regional é parte do programa estadual SP nos Trilhos, que reúne mais de 40 projetos de mobilidade sobre trilhos, entre metrôs, trens urbanos, Trens Intercidades (TICs) e os próprios VLTs. Ao todo, o programa soma investimentos estimados em mais de R$ 190 bilhões, e mais de 1.000 km de extensão de trilhos em todo o estado de São Paulo, incluindo a capital, o interior e o litoral.

Com 44 quilômetros de extensão e dois ramais previstos, o VLT entre Campinas, Hortolândia e Sumaré é visto como um marco para a mobilidade na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O projeto contempla 18 estações e tem capacidade projetada para atender até 1,6 milhão de passageiros, além de gerar aproximadamente 3 mil empregos diretos e indiretos durante sua construção.

O modal terá papel estratégico na integração de diversos sistemas de transporte, conectando os principais eixos urbanos da região ao Trem Intercidades (TIC Eixo Norte) — que ligará Campinas à capital paulista — e ao Aeroporto Internacional de Viracopos, ampliando as possibilidades de deslocamento rápido e sustentável.

Segundo o governo estadual, a iniciativa deve ajudar a reduzir o trânsito nas principais rodovias da região, como a Rodovia dos Bandeirantes, e contribuir para uma mobilidade urbana mais limpa e moderna. O projeto também busca diminuir a dependência do transporte individual e gerar um impacto positivo na qualidade de vida da população da RMC.

Uma consultoria especializada fará uma análise aprofundada e técnica da implantação do VLT. A expectativa é que o traçado exato seja definido com base nesse estudo. A proposta começou a ganhar forma na gestão do secretário estadual de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, que iniciou os diálogos com o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), para viabilizar a ideia por meio de parcerias estratégicas.

Caso se confirme o cronograma atual, o VLT regional poderá iniciar a transformação da mobilidade urbana de três das cidades mais populosas da RMC já no final desta década.

Campinas e concessionária confirmam parceria para agilizar Trem Intercidades

A Prefeitura de Campinas se reuniu com uma equipe da Concessionária TIC Trens, que vai implantar o Trem Intercidades, em Campinas, para definir uma linha de ação e agilizar a implantação do modal ferroviário no município. A parceria foi definida em março durante reunião da equipe da concessionária com o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e secretários municipais. Durante o encontro, também foram apresentados o andamento do projeto do TIC e suas próximas fases. A TIC Trens será responsável pela implantação, operação e manutenção do Trem Intercidades Eixo Norte que ligará São Paulo à Campinas.

Com uma velocidade de até 140 km/h, o trem terá capacidade de 860 passageiros por viagem. O trajeto de 101 km oferecerá um serviço expresso entre o terminal da Barra Funda, Jundiaí e Campinas, com duração de 64 minutos. Também haverá o Trem Intermetropolitano (TIM), entre Jundiaí e Campinas, com 44 km de extensão e 33 minutos de trajeto. O projeto conta ainda com a operação, manutenção e modernização da Linha 7-Rubi de trens metropolitanos de São Paulo. O investimento total é de R$ 14,6 bilhões.

Dário Saadi deseja somar esforços para tornar projeto realidade ‘o mais rápido possível’

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, destacou que a concessionária e a prefeitura vão somar esforços para que o projeto se torne realidade o mais rapidamente possível. “O TIC é um sonho antigo da cidade e essa reunião teve o objetivo de alinhar todo o trabalho conjunto para que o cronograma de implantação do trem seja mantido”, disse.

“Estamos colocando nosso time à disposição da Prefeitura de Campinas. Vamos trabalhar de maneira alinhada com o município”, reforçou o Relações Institucionais da Concessionária TIC Trens, Sérgio Ribeiro.

Durante o encontro, a equipe da concessionária deu detalhes de como vai funcionar o TIC. Atualmente, o projeto está na fase de execução do projeto básico, que deve ir até setembro de 2025. Na sequência virá o projeto executivo. As obras propriamente ditas começam em maio de 2026.

“O prazo de concessão é de 30 anos a partir do início da operação”, disse a superintendente de Contrato de Concessão da Concessionária, Thais Adami.

Em Campinas, serão duas plataformas, uma delas a do TIC utilizará a gare (estação) existente. A outra, do TIM, será nova. Uma terceira via será dedicada ao transporte de cargas, que precisará ser remanejado. “O projeto está em fase de desenvolvimento e levará em consideração projetos municipais em andamento”, contou o superintendente de Engenharia, Maurício Yamamoto.

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