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Em Hortolândia, número de farmácias cresceu 20% em um ano, revela levantamento

Com 253 farmácias, Hortolândia e Sumaré faturam R$ 683,5 milhões

Levantamento realizado pelo IPC Maps aponta crescimento no consumo de medicamentos e no aumento do número de farmácias nos dois municípios; Sumaré lidera em volume de consumo, somando R$ 386,6 milhões no ano passado

Com um crescimento que movimenta cifras milionárias, Hortolândia e Sumaré somam juntas 253 farmácias, de acordo com levantamento do IPC Maps, que é o indicador de projeção de consumo. O destaque vai para Hortolândia, que viu o número de estabelecimentos saltar de 124 para 136 em um ano — um crescimento de 20%. Sumaré, por sua vez, manteve as 117 unidades no mesmo período.

A expansão do setor acompanha um aumento no consumo de medicamentos. Só em 2024, os moradores das duas cidades desembolsaram R$ 683,5 milhões com remédios — valor 3,28% maior do que o registrado em 2023, quando os gastos somaram R$ 661,8 milhões.

Sumaré lidera em volume de consumo. O município teve um aumento de 4,5% nos gastos, que passaram de R$ 369,9 milhões em 2023 para R$ 386,6 milhões em 2024. Já Hortolândia registrou crescimento mais tímido: de R$ 291,9 milhões para R$ 296,9 milhões, alta de 1,68%.

O cenário regional reflete uma tendência nacional. Em todo o Brasil, os gastos com medicamentos chegaram a R$ 215,8 bilhões em 2024, um aumento de 9,5% em comparação com o ano anterior. Segundo o IPC Maps, esse avanço é impulsionado por uma combinação de fatores, como envelhecimento populacional, maior acesso a planos de saúde e, principalmente, os reajustes de preços autorizados para o setor.

Além do volume de consumo, o número de farmácias também cresceu em nível nacional. Nos últimos dois anos, foram abertas mais de 4.200 novas unidades no Brasil, totalizando 123.565 estabelecimentos até o fim de 2024 — um aumento de 3,5% no período.

Além disso, um levantamento da empresa IQVIA aponta que a expansão de farmácias foi a principal força motriz do crescimento do setor nos primeiros oito meses de 2024. No período, 15.918 novas unidades entraram em operação no Brasil, sendo 63,3% (10.084) lojas independentes.

Entre as redes associativistas, filiadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), foram registradas 2.245 novas farmácias (14,1%), enquanto o grande varejo vinculado à Abrafarma, que é a associação brasileira, inaugurou 1.594 unidades. Outros segmentos, como associações, franquias e pequenas e médias redes, somaram 1.151 e 834 novos pontos de venda, respectivamente, elevando o total de farmácias no país para 93.174.

Nos últimos cinco anos, o ritmo de novas aberturas manteve-se relativamente equilibrado entre os segmentos, mas as farmácias independentes ainda representam 55,1% do total de unidades.

Apesar do forte crescimento, o número de farmácias que encerraram suas atividades continua alto, afetando principalmente o setor independente. Das 7.938 farmácias que fecharam as portas no Brasil neste ano, 87,4% (6.934) eram independentes.

Paulo Gomes, vice-presidente de relacionamento com o mercado da Retail Farma Brasil, ressalta que a sobrevivência do negócio atualmente depende mais da capacidade de adaptação e inteligência de mercado do que do porte da empresa. “O conhecimento passado de geração em geração não é suficiente no cenário atual”, adverte.

Segundo Gomes, enquanto grandes redes e grupos associativistas operam com plataformas de CRM e insights sobre o comportamento do consumidor, muitos varejistas menores ainda focam em métodos tradicionais de gestão, o que os torna mais vulneráveis no mercado competitivo.


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