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Apartamentos representam 52% das vendas e casas, 48%, de acordo com CRECISP

Mercado imobiliário apresenta alta nas vendas nos municípios da região

Comercializações se concentraram majoritariamente em imóveis de médio e alto padrão, com valores médios acima de R$ 500 mil; enquanto setor de vendas vive forte expansão, mercado de locações registra retração de 46,48% em maio 

O mercado imobiliário da região, incluindo Sumaré, Hortolândia, Paulínia, Nova Odessa e Monte Mor, apresentou alto desempenho em maio deste ano, com destaque para o aumento nas vendas de imóveis residenciais usados. De acordo com pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP), as vendas dispararam 74,51% em relação ao mês anterior, acumulando um crescimento de 132,49% desde o início do ano. 

O cenário reflete o momento favorável da economia regional, impulsionada por investimentos em infraestrutura, tecnologia, mobilidade urbana e geração de empregos. 

Enquanto o setor de vendas vive um ciclo de forte expansão, o mercado de locações registrou retração de 46,48% em maio. Apesar disso, o acumulado do ano ainda mostra alta de 35,68%, indicando que o segmento permanece aquecido, mas passa por ajustes após meses de alta demanda. 

As vendas se concentraram majoritariamente em imóveis de médio e alto padrão, com valores médios acima de R$ 500 mil. As faixas entre R$ 251 mil e R$ 600 mil lideraram o volume de transações, mas também houve expressiva participação de imóveis acima de R$ 1 milhão, evidenciando o apetite por propriedades mais valorizadas. 

Apartamentos representaram 52% das vendas e casas, 48%. A preferência recaiu sobre unidades com dois dormitórios e área útil entre 50 m² e 100 m², perfil típico das famílias da região. 

No aspecto geográfico, a maioria das transações ocorreu em bairros periféricos (54,8%), seguidos das áreas nobres (27,8%) e da região central (17,4%), um reflexo do equilíbrio entre custo, qualidade de vida e infraestrutura urbana. 

Quanto às formas de pagamento, o financiamento via Caixa Econômica Federal representou metade das operações, com 14,9% por outros bancos e 19,1% de vendas realizadas diretamente com os proprietários. Apenas 13,8% das compras foram feitas à vista. 

No quesito negociação, 53,7% dos imóveis foram vendidos pelo valor anunciado, enquanto 30,5% receberam descontos de até 5%, e 12,2% entre 6% e 10%. Os descontos superiores a 15% foram raros, o que reforça o aquecimento do mercado e a valorização dos ativos residenciais. 

Por outro lado, o mercado de locação demonstrou sinais de acomodação. Em maio, as casas responderam por 67% das locações, contra 33% dos apartamentos. As casas mais procuradas foram aquelas com dois a três dormitórios e metragem entre 100 m² e 200 m². Nos apartamentos, prevaleceu a procura por unidades com dois dormitórios e até 100 m² de área útil. 

A faixa de aluguel mais comum ficou entre R$ 1.500 e R$ 3.000, com boa movimentação também acima desse valor. As garantias locatícias seguiram o perfil tradicional da região: fiador foi a modalidade preferida (45,3%), seguido do seguro-fiança (24,5%) e do depósito caução (22,6%). 

A pesquisa identificou que 55,4% dos inquilinos que entregaram os imóveis buscaram opções com aluguéis mais baratos, sinalizando ajustes financeiros. Outros 14,9% migraram para imóveis com aluguel mais caro, indicando melhora no padrão de vida de parte da população. 

O bom desempenho das vendas pode ser atribuído a diversos fatores estruturais que reforçam o posicionamento estratégico de Campinas como um dos polos mais promissores do país. Investimentos nas áreas de tecnologia, inovação, saúde, logística e educação vêm transformando a região, ampliando a atratividade para novos moradores e investidores. 

Projetos como a ampliação do Aeroporto de Viracopos e construção de novos viadutos têm contribuído para a valorização de bairros e o dinamismo do setor imobiliário. Além disso, cidades da região metropolitana como Paulínia, Hortolândia e Sumaré também se beneficiam do crescimento regional, aumentando o raio de influência do mercado de Campinas. 

Segundo o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, “os números de maio refletem o forte dinamismo do mercado imobiliário da região de Campinas, impulsionado pelos investimentos públicos e privados, pela geração de empregos e pela expansão da infraestrutura”. “A expectativa é de que as vendas sigam aquecidas e que o mercado de locação volte a se estabilizar nos próximos meses, acompanhando os movimentos naturais de oferta e demanda”. 

VENDA DE LOTES PARA INVESTIMENTO CONSIDERA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA  

Com um aumento de 62,1% no volume de vendas de imóveis novos no primeiro trimestre do ano, Campinas se posiciona à frente da Região Metropolitana de São Paulo, revela a recente pesquisa Secovi-SP/Brain Inteligência Estratégica que compara dados do mesmo período de 2024.

O bom desempenho, segundo Júnior Cabrino, delegado da Aelo-Regional Campinas (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano), também se verifica na comercialização de lotes. “Para o investidor interessa um terreno bem localizado, com boa infraestrutura urbana para construção de imóveis que representem não apenas boa receita de locação, mas também valorização imobiliária”, afirma. 

Em volume de lançamentos e também de vendas de imóveis, o levantamento Secovi/Brain indica mais uma vez que Campinas é a região do Estado de São Paulo que mais se destaca na busca por novos negócios. O desempenho neste primeiro trimestre, observa Cabrino, pode ter relação com as altas taxas de juros. “Ao invés de financiamentos de médio e longo prazos, as pessoas estão optando por aplicar recursos em imóveis e lotes pela segurança e rentabilidade”. 

De acordo com o delegado regional da Aelo, entre os compradores que optam pela aquisição de terrenos, há aqueles que investem com planejamento. “Este perfil de investidor se interessa por lotes comerciais menores que possam comportar uma loja no térreo com cerca de 200 m² e até cinco salas no pavimento superior destinadas à locação de escritórios”, destaca. 

A escolha de um lote para investimento leva em conta, entre outros fatores, a localização e os potenciais consumidores atendidos pelo imóvel que vai receber um novo comércio ou serviço. 

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