Terreno desapropriado na gestão Bill gera precatório de R$ 6,9 mi para Leitinho pagar
Decisão judicial obriga município a indenizar empresa por terreno utilizado para prolongamento de avenida; prefeitura lamenta dívidas herdadas e responsabiliza ex-mandatário de Nova Odessa; pagamento será realizado ainda nesta semana e fornecedores e serviços públicos devem ser afetados
Paulo Medina | Tribuna Liberal
A Prefeitura de Nova Odessa terá que arcar com uma dívida de
R$ 6,9 milhões após determinação judicial em uma ação movida pela empresa Sun
Bloom Participações, por conta de uma desapropriação realizada em 2015, na
gestão do ex-prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PL). A decisão envolve o
trecho utilizado para a extensão da Avenida João Pessoa, entre a Avenida Ampelio
Gazzetta e o muro do Condomínio Residencial Imigrantes. O prefeito Cláudio José
Schooder, o Leitinho (PSD), responsabiliza a gestão Bill pelo prejuízo aos
cofres públicos, uma vez que a dívida irá comprometer pagamentos a
fornecedores.
O pagamento, segundo a atual gestão, será realizado nos
próximos dias. O valor inclui a indenização pelo terreno e os honorários
advocatícios, acrescidos de correções monetárias e juros, elevando
substancialmente o custo final do processo para os cofres públicos.
Segundo dados da prefeitura, Nova Odessa já desembolsou R$
80,3 milhões com precatórios e multas trabalhistas nos últimos anos, valores
que impactam diretamente a capacidade de investimento do município em serviços
públicos. O novo pagamento imposto pela Justiça se soma a esse passivo e agrava
ainda mais a situação financeira da cidade.
A desapropriação em questão foi formalizada em 2015 e a
administração municipal da época declarava o terreno como de utilidade pública.
À empresa proprietária, a prefeitura ofereceu inicialmente uma indenização de
R$ 1,7 milhão. No entanto, o valor nunca foi efetivamente pago. A Sun Bloom,
que também arcou com os custos da pavimentação e da implantação de galerias
pluviais na via, entrou com ação judicial, exigindo o cumprimento da compensação
financeira.
A Justiça reconheceu o direito da empresa em 2020, mandando
o município quitar o valor originalmente proposto. A prefeitura recorreu da
sentença, alegando que a valorização do imóvel devido à obra anulava a
necessidade de indenização. O Tribunal de Justiça de São Paulo, no entanto,
manteve a condenação.
O Executivo responsabilizou a gestão Bill pelo novo prejuízo
aos cofres públicos, uma vez que a dívida irá comprometer pagamentos a cerca de
100 fornecedores e entidades.
JANEIRO
Em janeiro, Leitinho já havia feito um balanço de 2024,
destacando os desafios financeiros enfrentados por sua gestão. Leitinho revelou
no começo do ano que a administração herdou uma dívida de R$ 37,1 milhões em
precatórios judiciais deixados pela gestão do ex-prefeito.
Apesar da situação, o prefeito ressaltou que sua equipe tem trabalhado para manter o município em equilíbrio financeiro, honrando compromissos e reduzindo dívidas. Leitinho também alertou para as dificuldades impostas por fatores externos, como a queda nos repasses do ICMS, que afetaram diretamente a capacidade de investimento da cidade.
O ex-mandatário tem informado que precatórios são
procedimentos judiciais de administrações públicas, que a responsabilidade é do
governo que está no comando da cidade no momento da decisão judicial e que no
caso atual, a gestão poderia ter ingressado com recurso para instância
superior.
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