Vereador Clodoaldo solicita sistema fechado contra mau cheiro na ETE de Hortolândia
Como solução aos transtornos vividos por moradores, parlamentar propõe que a Sabesp adote tecnologia semelhante à das estações de Santos e Campos do Jordão, reduzindo fortes odores
A Câmara de Hortolândia aprovou na noite desta segunda-feira
(9) moção de apelo de autoria do vereador Clodoaldo Santos da Silva (Podemos),
direcionada à Sabesp. O documento solicita a implantação de um sistema fechado
de enclausuramento, com sucção de ar e tratamento em torres de lavagem, na
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do município.
A medida tem como objetivo resolver os problemas causados
pelo forte odor proveniente da estação, que vem gerando grande incômodo aos
moradores dos bairros vizinhos, como Jardim Jatobá, Residencial Jardim de
Mônaco, Parque Olívio Franceschini, Parque Ortolândia, entre outros.
Segundo o vereador, o mau cheiro afeta diretamente a
qualidade de vida da população, causa desvalorização dos imóveis e prejudica a
imagem da cidade. “É uma questão de saúde pública, dignidade e respeito à
população. Não podemos continuar convivendo com essa situação”, declarou
Clodoaldo.
O parlamentar destacou que a Sabesp já implantou soluções
semelhantes com sucesso nas ETEs de Santos e Campos do Jordão, reduzindo
significativamente a emissão de compostos como o sulfeto de hidrogênio (H₂S),
principal responsável pelo odor desagradável. Ainda segundo a moção, desde 2019
a Sabesp afirma estar conduzindo estudos para identificar as causas do problema
e encontrar soluções. No entanto, até o momento, nenhuma medida efetiva foi
implementada, afirma o parlamentar.
O contrato firmado entre a Sabesp e o município de
Hortolândia prevê, em seu Anexo II, a adoção de tecnologias de tratamento
avançado, o que inclui sistemas de controle de gases e odores — uma obrigação
que, segundo o vereador, precisa ser cumprida com urgência.
A moção foi encaminhada ao prefeito Zezé Gomes
(Republicanos), ao vice-prefeito e secretário de Governo, Carlos Augusto César,
Cafu (PSB), à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), à Agência
Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e ao presidente
da Sabesp, Carlos Augusto Leone Piani.
A Construtora Elevação foi responsável pela construção da
Estação de Tratamento de Esgoto de Campos do Jordão que está localizada a 1.560
metros de altitude e foi a 1ª da América Latina a possuir o sistema de
processamento em ambiente fechado. Sua arquitetura é similar à utilizada na
cidade e remete aos Alpes Suíços.
Além disso, a estação de tratamento tem tecnologia de ponta,
que combina lodos ativados e membranas ultrafiltrantes, capazes de devolver ao
meio ambiente um efluente de alta qualidade. A obra custou R$ 110 milhões e a
ETE trata 344,2 litros por segundo, com 18km de tubulação.
Sabesp já foi multada em quase R$ 1 milhão para resolver
problema
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)
aplicou quase R$ 1 milhão em multas contra a Sabesp devido à emissão de odores
fortes e constantes ao redor da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em
Hortolândia.
Segundo informações da companhia ambiental ao Tribuna
Liberal, já foram lavradas 11 multas progressivas e duas advertências à
companhia entre novembro de 2024 e maio de 2025, totalizando R$ 962.886,00 em
penalidades. As sanções foram motivadas pela emissão contínua de odores e o
transbordamento de efluentes na lagoa de decantação da estação, o que tem
afetado diretamente os moradores de nove bairros vizinhos à unidade.
No fim de maio, o prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes
(Republicanos), e o vice-prefeito Cafu César (PSB), convocaram o diretor
regional da Sabesp, Valdemir de Freitas, e a coordenadora da empresa no
município, Kelly Lopes, para cobrar providências. Durante o encontro, realizado
no Paço Municipal, o chefe do Executivo exigiu medidas imediatas para reduzir
os impactos do odor que tem incomodado moradores.
Segundo a Sabesp, a ETE passa por obras de ampliação, o que
pode ter intensificado os odores na região. Ainda assim, a empresa garantiu que
está adotando providências técnicas para amenizar o problema. A pedido do
prefeito e do vice, a empresa se comprometeu a realizar reuniões com os
síndicos e moradores dos condomínios afetados para explicar detalhadamente as
intervenções em andamento e os prazos para a normalização da situação.
O diretor regional da Sabesp, Valdemir de Freitas, garantiu
o compromisso da empresa em resolver a situação.
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