Saúde
Chamamento público foi aberto para definir nova administração do Hospital Estadual Sumaré

Fim de convênio entre HES e Unicamp causa greve entre alunos de medicina

Estudantes cruzaram os braços contra o fim da parceria entre a universidade e o Hospital Estadual; convênio, que dura há 25 anos, se encerra no final de julho e receio é que nova gestão que assumir prejudique ensino e atendimento médico

Estudantes do curso de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deflagraram uma greve nesta terça-feira (10) em protesto contra o encerramento do convênio com o Hospital Estadual Sumaré (HES). O contrato vigente entre a universidade e o governo de São Paulo se encerra no mês que vem, após 25 anos de parceria. O Executivo paulista publicou no Diário Oficial do Estado um edital de chamamento público. A seleção permitirá que 50 Organizações Sociais de Saúde (OSs), incluindo a própria Unicamp, concorram à administração do hospital.

Os estudantes rejeitam a ideia de que uma eventual troca de gestão prejudique a qualidade no atendimento oferecido à população de Sumaré e região, além de comprometer os programas de residência médica e estágios atualmente realizados na unidade hospitalar. Embora o governo afirme que esses programas serão mantidos, mesmo em caso de mudança de gestão, os alunos reivindicam a renovação do convênio atual com a Unicamp como forma de garantir estabilidade e qualidade na formação acadêmica e no serviço prestado.

Em nota, a Diretoria da Faculdade de Medicina (FCM) e a Coordenação do Curso de Medicina disseram que receberam comunicado informando o início da greve, motivada pelo pedido de manutenção das atividades da faculdade no HES. “Esta decisão dos discentes do Curso de Medicina foi recebida com surpresa”, diz. 

“Desde o início das discussões sobre o convênio do HES, a FCM e o Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL) vêm trabalhando de forma colaborativa, complementar e ao nosso ver, harmoniosa e eficiente, a favor da manutenção das atividades da FCM no HES. A participação do CAAL foi fundamental em vários momentos aumentando a visibilidade desta questão para toda a comunidade interna e principalmente para a sociedade. De forma paralela, a FCM atuou através de seus canais institucionais e políticos para o mesmo objetivo, consolidando um trabalho conjunto que vem até aqui atingindo os objetivos possíveis”, disse.

Segundo a nota, quanto às tratativas para manutenção das atividades da FCM no HES, a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) prepara neste momento a documentação para participar do chamamento público, cuja definição não ocorrerá antes de 45 dias. “Por fim, informamos que as atividades de ensino de graduação do Curso de Medicina serão mantidas, para evitar prejuízos para a formação de nossos discentes”.

Legislativo de Sumaré sedia audiência em defesa da gestão atual

Em 4 de junho, a Câmara de Sumaré recebeu uma audiência pública que discutiu os impactos da não renovação do convênio do Hospital Estadual Sumaré (HES) junto a Unicamp. Na reunião, representantes de diversos setores expressaram preocupação com a possível precarização dos serviços de saúde e defenderam a manutenção da gestão pela universidade, ressaltando a qualidade do atendimento e o papel do hospital na formação de profissionais de saúde.

A reunião discutiu a importância do HES para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), enfatizando a necessidade de manter o convênio com a Unicamp, apesar dos desafios, por meio da mobilização de diversos atores políticos e da sociedade em defesa dessa parceria.

Para os representantes da universidade, o hospital é um campo de estágio essencial para estudantes de medicina e outras áreas da saúde, complementando a formação oferecida no HC da Unicamp. Embora a universidade já tenha se qualificado, por meio da Funcamp, para participar do chamamento público aberto pelo governo do Estado para a administração do HES, seus representantes veem a urgência de mudanças na legislação para evitar futuros chamamentos.

Na ocasião, ficou definido como próximo passo a elaboração de um documento, sintetizando as discussões que aconteceram na audiência pública, para ser apresentado ao Governo do Estado. Por meio do Parlamento da RMC, a presidência da Câmara de Sumaré, em parceria com a Comissão de Saúde do Legislativo, preparou uma reunião com representantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

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