Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida deve alavancar lançamentos na região
Nova faixa contempla famílias com renda mensal de até R$ 12 mil e vai financiar imóveis até R$ 500 mil, com possibilidade de parcelamento em até 420 meses; novas regras passam a valer na primeira quinzena deste mês
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Motor do crescimento do mercado imobiliário em 2024, o
programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) teve uma participação de 48,8%
no total de lançamentos e 42,1% em vendas no país, revela levantamento da
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O bom desempenho do
segmento econômico tende a se ampliar também em 2025 com a expansão do limite
de renda para participação no programa, com impactos diretos na região, segundo
estimativas do setor. Há previsão de novos empreendimentos em Hortolândia e
Monte Mor.
De acordo com o anúncio recente feito pelo governo federal,
a faixa de renda familiar mensal vai subir para até R$ 12 mil. Anteriormente, o
limite era de até R$ 8 mil. As regras para a nova faixa, aprovadas pelo
Conselho Curador do FGTS, começam a valer na primeira quinzena de maio. Segundo
o Ministério das Cidades, a expectativa é que mais de 120 mil famílias sejam
beneficiadas pela mudança.
A pesquisa CBIC indica que no ano passado 187.356 unidades
foram lançadas no MCMV, alta de 44,2%, e 168.773 vendidas, alta de 43,3% na
comparação com 2023, atendendo três faixas de renda. Na faixa 1 estão as
famílias que recebem até R$ 2.850,00. Na faixa 2, a renda vai de R$ 2.850,00
até R$ 4.700,00. Na faixa 3, entre R$ 4.700,00 e R$ 8.600,00.
A chamada “faixa 4” contempla famílias com renda mensal
entre R$ 8.600,00 e R$ 12 mil e vai financiar imóveis até R$ 500 mil, elevando
o teto atual de R$ 350 mil, com possibilidade de financiamento em até 420
meses, ou 35 anos, por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a
uma taxa de juros de 10,5% ao ano.
Conforme as regras que entram em vigor na primeira quinzena
deste mês, é possível financiar até 80% do valor do imóvel, com a diferença
paga pelo mutuário.
Segundo analistas, a expansão para a faixa 4 vai contribuir
com a meta anual de 600 mil unidades financiadas pelo FGTS, diante da queda no
ritmo das contratações no primeiro bimestre deste ano, quando comparadas com o
mesmo período de 2024. Para viabilizar a ampliação, sem comprometer a
sustentabilidade do FGTS, o governo federal deverá destinar cerca de R$ 15
bilhões dos R$ 18 bilhões alocados do Fundo Social do Pré-Sal para a habitação.
“A ampliação do Minha Casa, Minha Vida representa uma
oportunidade para as famílias que não se encaixam nas faixas de rendimento do
programa e enfrentam dificuldades para o financiamento do imóvel próprio”,
afirma Guilherme Bonini, Co-CEO da Longitude Incorporadora.
Em 2025, com a ampliação das operações, a empresa anunciou
que vai lançar novos empreendimentos em Hortolândia e Monte Mor, cidades da
Região Metropolitana de Campinas, e também em São Paulo. “No planejamento,
também há lançamentos previstos para os próximos três anos”, ressalta.
A mudança do MCMV é bem-vista pelo mercado imobiliário do
Estado, principalmente no interior. “Os maiores impactos estão na ampliação do
número de famílias com acesso ao programa e na expansão de empreendimentos em
localidades do Estado de São Paulo que têm um déficit habitacional
considerável”, destaca Bonini. A geração de novos postos de trabalho, ressalta,
também é consequência desta ampliação no programa.
Além da alta de juros que encarece o crédito imobiliário no
mercado tradicional, as famílias na faixa de renda até R$ 12 mil enfrentam hoje
a alta dos aluguéis, que subiram, em média, 16% em 2023, e 13,5% em 2024. “O
financiamento via FGTS para o Minha Casa, Minha Vida tem a vantagem da
previsibilidade das taxas de juros para a realização de um sonho que representa
segurança para as famílias brasileiras”, conclui Guilherme Bonini.
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